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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

10.8.08

SOMOS SOLDADOS POBRES, JAMAIS SEREMOS POBRES SOLDADOS


O articulista é integrante da turma Mal. Castelo Branco.


Sou um soldado profissional. Passei trinta anos no Exército Brasileiro. Sou recruta de l968. Nos bancos da saudosa Academia Militar das Agulhas Negras,aprendi a servir à Pátria. Meus professores e instrutores, todos Oficiais do Exército, me ensinaram lições de honra, moral, integridade e respeito, muito respeito ao patrimônio da nação, aos parcos recursos destinados às Forças Armadas. Nunca esqueci a lição permanente, e sempre repetida: "somos um Exército pobre de uma Nação pobre". (Capitão Carvalho Lopes).
Levei aos quartéis onde servi, nos vários rincões do imenso território Brasileiro,
os ensinamentos e as normas de higidez moral e parcimônia no trato do bem público. Em todos as unidades Militares, em todo Quartel, Base Aérea, Navio da Armada, a lição era (e é) sempre a mesma: não desperdiçar, não exagerar, poupar, planejar, agir com os próprios meios, usar a imaginação.
Uma lâmpada acesa durante o dia era motivo pra reprimenda, admoestações,novas recomendações escritas, etc. Um tubo de pvc quebrado com desperdício de água, era o caos. Ao soldado recruta as normas de economia e racionalidade atingiam ao extremo: "coma à vontade, repita se necessário, mas não deixe nada na marmita". A frase afixada em todos os alojamentos e locais de trabalho é exemplo do cuidado com o bem público: " a luz que você apaga, a Nação não paga".
O Soldado é por formação e dado à sua natureza despojada, desapegado às comodidades
e ao conforto na sua lida castrense.
As instalações, os alojamentos da tropa, os locais de trabalho de Oficiais
e Sargentos são desprovidos de luxo, mordomias, aquecimento ou ar
condicionado.
Na campanha do Rio Grande do Sul, onde servi por vários anos e onde o frio
é intenso no inverno e o calor escaldante no verão, não existia nem água
quente pro banho da tropa. Na AMAN, nos meus gloriosos dias de Cadete,
também
não havia. O Exército não tinha recursos, nem pra chuveiros, nem pra bancar
a conta de energia elétrica. Nunca vi um Cadete, Soldado ou Tenente morrer
de frio.
No Sul do Brasil, o hábito do chimarrão é arraigado e alguns Comandantes
liberam as instalações da cozinha pra aquecer a água da garrafa térmica,
duas vezes ao dia, com hora pré-determinada, é claro. Alguns soldados, os
Sargentos e Oficiais mais antigos, gostam eles mesmos de preparar o "amargo"
e usam pra aquecer a água o antigo "rabo-quente", o aquecedor elétrico de
imersão. Esta prática não raras vezes foi proibida por dois motivos
elementares:
a rede elétrica dos aquartelamentos, a imensa maioria com mais de cinqüenta
anos de idade, não é compatível com a demanda elétrica necessária e a conta
no final dos meses de inverno ultrapassaria o crédito destinado ao pagamento
da energia elétrica.
Nas décadas de setenta e oitenta, durante os "anos de chumbo", quando o
total
de impostos recolhidos do contribuinte atingia 16% no governo do ínclito
General Ernesto Geisel e 21% no governo do General Figueiredo, as atividades
diárias de instrução da tropa, acampamentos e manobras se desenrolavam com
naturalidade, dispondo os Comandantes dos recursos necessários. Não faltava
combustível, munição, ração operacional, baterias pra rádios-comunicadores
de campanha, etc. A comida de toda a tropa era farta, variada e gostosa.
As FFAA recebiam regularmente novos equipamentos e os antigos mosquetões
de repetição manual foram substituidos por armas automáticas. Ainda assim,
nunca houve uma "corrida armamentista", nunca nos locupletamos, jamais
exigimos
da nação o que ela não poderia nos dar.
Continuamos sendo um "Exército pobre de uma Nação pobre". Isto aconteceu
no século passado, há mais de trinta anos.
Vinte anos são decorridos desde a retomada do poder pela velha oligarquia
política, a calhorda que aí está, com todas as honras e glórias, roubando,
extorquindo e dilapidando a nação. Os impostos que nos anos de chumbo
atingiram
21%, agora ultrapassam 38% e continuam subindo. As FFAA estão em estado
pré-falimentar,
sem recursos pra água, luz ou telefone, sem combustível pra Armada, sem
peças
de reposição pra sucateada frota de aeronaves da Força Aérea Brasileira.
Não há recursos, é a resposta simplória e mentirosa dos irresponsáveis que
hoje dirigem a nação. FFAA são desnecessárias dizem os ingênuos, incautos
ou despreparados. O miserável Haiti, que o diga. Acabaram com as FFAA com
os mesmos argumentos. Dispensaram os soldados e liquidaram o país. Viu FHC?
Viu Lulla?
São cegos e inconseqüentes. Não olham nossos olhos. Não compreendem e não
aceitam nossa altivez. Não têem a coragem e a grandeza de enfrentar o olhar
franco e iluminado do soldado.
Não existe traição, perfídia, perseguição sem fim, rancor sem limites,
vingança
covarde que nos destrua. Somos mais fortes, treinados na adversidade,
resistentes
na agonia, unidos na dor. Nós esperamos, perseveramos, resistimos. E
aguardamos!

Enganam-se os que buscam nosso fim, agindo covardemente, tentando nos
asfixiar
pela falta de recursos, municiando nossos detratores, investindo contra
nossa
sagrada missão, desprezando nossas instituições. Instituições seculares,
sagradas, permanentes, indispensáveis à Nação.

SOMOS SOLDADOS POBRES, JAMAIS SEREMOS POBRES SOLDADOS.

GERSON MARQUARDT
CORONEL DA RESERVA

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