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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

16.1.08

Carta do CMG Gil ferreira para o colunista Merval Pereira

Prezado Merval:

Quis o destino que, em passado recente (2001 a 2005), eu tivesse a oportunidade de prestar, com alguns colegas de profissão, consultoria especializada de Planejamento Estratégico para a Polícia Federal e, através da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP / MJ), também para Policiais Civis, Militares e Rodoviários, bem como para Bombeiros Militares, das 27 Unidades da Federação - aqui, no bojo do Plano Nacional de Segurança Pública criado por FHC em junho de 2000, em decorrência do triste episódio do Ônibus 174. Posso, pois, afirmar que conheço razoavelmente o assunto que você vem abordando há alguns dias em sua coluna.

Permito-me, assim, discordar frontalmente da idéia que vem sendo levantada, de se "desconstitucionalizar" essa atividade. E lamentavelmente, constato que, mais uma vez, fazemos jus ao apelido de "macaquitos", que nos atribuem nuestros hermanos de Latino América, pois é nas experiências dos EUA que está sendo buscada inspiração para isso. Lembra-me a folclórica frase de Juracy Magalhães - "o que é bom para os Estados Unidos, é bom para o Brasil". Só que, ao imitarmos tudo que vem dos gringos, não levamos em conta que as origens deles são anglo-saxônicas, capitalistas, contratualistas e protestantes, enquanto nós somos latinos, patrimonialistas ibéricos, absolutistas e católicos - como nos ensinam Raymundo Faoro e José Júlio Senna. Podemos tentar durante séculos, que jamais seremos uma Federação (quase uma Confederação!) Republicana Presidencialista como os EUA - vamos continuar sendo um Estado Unitário, em que todos se sujeitam ao poder central de Brasília, onde sempre veremos um "Rei", que tudo pode, porque é disso que gostamos. Esferas estaduais e municipais de poder não têm, para nós, aquele "charme" de qualquer instituição que se intitule "federal" - ah, nosso velho provincianismo, braços dados à nossa multissecular veneração à metrópole...

Resumo da ópera, prezado Merval: não se pode combater o crime sem unidade doutrinária e organizacional, particularmente porque, em que pesem suas diferenças, os criminosos de há muito se articulam em nível nacional, como bem nos tem mostrado a mídia. Ouvi de vários policiais experientes que o Rio de Janeiro é a fonte de tudo, é o espelho - aqui nascem as concepções estratégicas da bandidagem, que são imitadas país afora, com razoável grau de uniformidade, o que derruba o argumento de que, no combate ao crime, se devem respeitar as peculiaridades de cada Estado: os marginais têm unidade doutrinária, Merval.  E mais - se a organização, o adestramento e o emprego das Polícias forem descentralizados para os Estados / DF, fatalmente a legislação penal e de Segurança Pública também deverá sê-lo. E aí veremos repetir-se, nessa área, a anarquia que impera há mais de um século no campo tributário, vide as famigeradas guerras do ICMS e das centenas de taxas e contribuições estaduais e municipais que nos infernizam.

Cada Governador / Prefeito, para deixar nome, ganhar votos, agradar amigos e outros propósitos mesquinhos que vicejam entre todos os nossos políticos, aplicará toda a sua "criatividade", contratando "sociólogos" e "defensores de direitos humanos", ao invés de construir presídios - "aqui, no Estado XPTO, fazemos assim". A tão sonhada integração dos bancos de dados policiais jamais ocorrerá, pois veremos repetir-se o fenômeno das ferrovias particulares dos Barões do Café: em cada fazenda, uma bitola ferroviária diferente, de tal forma que o Brasil, que tinha tudo para se integrar por esse meio, é hoje refém de caminhoneiros, de estradas mal conservadas, de combustível e fretes caríssimos, porque os interesses particulares e os apadrinahmentos sempre vencem. 

Naturalmente, nossos Governadores abrandarão mais ainda as penas, sob o argumento da "ressocialização" - leia-se deixar brechas para os apaniguados delinqüentes. Para não falarmos nas inevitáveis baboseiras, derivadas de nossa tupinicagem, com as quais o saudoso Sérgio Stanislaw Ponte Preta Porto redigiria dúzias de volumes de seu FeBeaPá. Recordem-se os saiotes para maiôs de misses, a proibição de policiais subirem favelas, a crença de que se pode proibir por decreto a venda e o consumo de álcool, cigarros e outras drogas etc etc etc. Provavelmente haveria Estados "alegres" onde o "liberou geral" imperaria, e outros mais circunspectos, onde seriam implantados trabalhos forçados, bolas de ferro nos tornozelos e até enforcamento.

O problema, Merval, não está no tipo de diploma onde a legislação é definida, mas na vontade política de se pôr côbro à bandalheira generalizada que se enraizou no Brasil.

Quanto ao Sr Luís Eduardo "Elite da Tropa" Soares, se entendesse mesmo de Segurança Pública, não teria sido defenestrado tantas vezes - e tão rapidamente - de todos os cargos que assumiu nessa área, para acabar - quem diria ! - em Hu ! Hu ! Nova Iguaçu.

Mas se, por um lado, lamento sua investida nesse terreno, defendendo algo que, por força de nossos traços culturais, muito provavelmente só nos fará de ridículos perante o mundo, por outro, louvo sua iniciativa de dar a público a atitude retrógrada que nos está sendo imposta pelo PT e seus asseclas, desde que patrocinou, com Fidel, as FARC, ex-montoneros, ex-tupamaros, Sendero Luminoso, trotskistas, MST e outros radicais, a criação do Foro de São Paulo - uma espécie de "V Internacional", surgida em 1990, congregando os órfãos de Marx - Engels -Lenin - Gramsci - Trotsky - Stalin - Mao - Che et caterva, poucos meses depois que o mundo, em 09/11/1989, lançou tudo isso ao lixo da História, junto com o Muro de Berlim, e só o Brasil não viu. E agora, chocado o ovo da serpente, vêm à luz, na América Latina, os filhotes desse anacronismo, trazendo ao mundo aberrações dignas das bestas do Apocalipse, como, por exemplo, a idéia de não se considerar as FARC terroristas - que você admiravelmente condenou.

 exatamente a essa esquerda esclerosada, que nos governa, que compete combater o crime; e é precisamente ela que deseja "desconstitucionalizar" a Segurança Pública. Fica a pergunta - afinal, quem é mais bandido?

Aguardemos, Merval. Ou, como Diógenes, usemos uma barrica à guisa de vestimenta, munamo-nos de uma lanterna e saiamos à procura de um homem honesto.

Um abraço,


Postado por MiguelGCF
Editor do  Impunidade  Vergonha     Nacional

 

            

 


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