31.8.07
FALTA APENAS O TERCEIRO
Mentiras e calos
30.8.07
CINISMO NO LANÇAMENTO DO LIVRO
SE REAGIR, VAI TER!
SE REAGIR, VAI TER!
Em discurso, alto e bom tom, diante do microfone, Nelson Jobim disse que ninguém das FFAA se atreveria a reagir negativamente em relação ao “livro”, e avisou: “e se reagir, vai ter resposta”. Bem, não é sem razão que o ministro “se ache” – afinal, não foi o próprio que outro dia se fantasiou, com a conivência do comando militar, diga-se de passagem, de general, com direito a nome na farda e insígnias de general e tudo o mais?! Pois é...
O ministro ameaçou qualquer militar que se atreva a dizer que o livro do governo não fale a verdade. Democracia? Só para os terroristas. Os militares que busuntem a tal obra com azeite e a enfiem goela abaixo.
Ao usar o uniforme de general, o ministro demonstrou não ter muita intimidade com as leis militares. Mas, em já tendo estado à frente da Justiça, era de se esperar que conhecesse a Constituição, afinal, ele mesmo confessou ter nela introduzido uma ou duas peças "não contablizadas" (para ficar moderno!). Segundo esta Constituição, o comandante em chefe das Forças Armadas é o Presidente da República. Ou será que já introdiziram alguma peça que não tenha chegado ao conhecimento da população?
O Presidente da República, na condição de Comandante Supremo das Forças Armadas, é assessorado:
I - no que concerne ao emprego de meios militares, pelo Conselho Militar de Defesa (composto pelos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica e pelo Chefe do Estado-Maior de Defesa (#)) (§ 2º - o Ministro de Estado da Defesa integrará o Conselho Militar de Defesa na condição de seu Presidente); e
II - no que concerne aos demais assuntos pertinentes à área militar, pelo Ministro de Estado da Defesa.
(#) O Estado-Maior de Defesa terá como Chefe um oficial-general do último posto, da ativa, em sistema de rodízio entre as três Forças, nomeado pelo Presidente da República, ouvido o Ministro de Estado da Defesa.
Art 3º As Forças Armadas são subordinadas ao Ministro de Estado da Defesa, dispondo de estruturas próprias.
Art 9º O Ministro de Estado da Defesa exerce a direção superior das Forças Armadas, assessorado pelo Conselho Militar de Defesa, órgão permanente de assessoramento, pelo Estado-Maior de Defesa, pelas Secretarias e demais órgãos, conforme definido em lei.
Ou seja, o ministro da defesa coordena as ações militares (para o que deveria entender muitíssimo bem de todo e qualquer assunto, técnico e/ou estratégico, referente ao setor), mas não tem o poder absoluto sobre a Força e muito menos o de punir um militar e nem mesmo de demitir o comandante de qualquer uma das três Forças.
Pergunta-se, então ao ministro vociferador: se algum militar se manifestar contra o livro do governo sobre o que chama de ditadura militar, terá que responder o quê e a quem?
Se o livro estivesse a retratar a verdade sobre o que a esquerda chama de “época da ditadura”, realmente não haveria muito o que dizer e nem porque haver nenhuma manifestação contra a “obra” por parte dos militares de hoje. Acontece que não é esse o caso. Trata-se do reconhecimento governamental sobre uma verdade histórica que simplesmente não existe. É o governo federal colocando sua assinatura (e toda a população pagando os custos) num documento cheio de inverdades sobre a recente História do Brasil.
Eu não diria que os militares que estiveram no governo tenham agido com falta de inteligência, ao combater os terroristas que aqui quiseram implantar o comunismo - o que eles não tiveram foi esperteza. Eu explico. É que, como eu já tive oportunidade de falar algumas vezes, a inteligência está necessariamente agregada à bondade e ao mínimo senso de justiça. O mesmo não acontece com a esperteza. Esta, quase sempre, faz parte da personalidade de indivíduos que têm plena consciência da própria burrice e da própria incompetência. É justamente esta consciência que os faz perseguir com tanto empenho as mais diversas maneiras de parecer inteligentes – surge, então, a esperteza. Na disputa entre o bem e o mal, quando se trata de confronto exclusivamente físico, é quase impossível que o primeiro saia vitorioso se não adotar os mesmos meios (e não as mesmas formas) do segundo.
Ou seja, aos militares, em síntese, sobrou inteligência, mas faltou o emprego dos métodos capazes de neutralizar a esperteza – ou a própria consciência de que ela existisse de forma antagônica à inteligência. Não vou entrar em mais detalhes porque a quem essa argumentação se dirige não faltam instrumentos mentais de decodificação do que está sendo dito. Aos inimigos foi dado o crédito da inteligência e não o da esperteza. Se os vitoriosos tivessem sido os espertos, não teria sobrado o mínimo resquício de inteligência sobre as terras do Brasil. Mas, a História se encarregará de instruir os futuros vitoriosos.
# posted by Christina Fontenelle @ 6:00 PM 1 comments
A Carta Testamento de Getúlio Vargas
A Carta Testamento de Getúlio Vargas
Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes. Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao Governo nos braços do povo.
A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculizada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente.
Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores de trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançaram até 500% ao ano. Na declaração de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia a ponto de sermos obrigados a ceder.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo a mim mesmo, para defender o povo que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida. Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a força para a reação.
Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão. E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém.
Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história.
24 de agosto de 1954
Getúlio Dornelles Vargas
Urna não é tribunal. Não absolve ninguém
Não absolve ninguém
"Não custa lembrar: Nixon teve de renunciar ao segundo mandato por causa de uma besteira feita no primeiro. Foi eleito pelo povo. Foi deposto pelas instituições"
Um novo refrão anda "nas cabeças, anda nas bocas", poderia dizer o lulista Chico Buarque: a possível reeleição do presidente absolve os petistas de todos os seus crimes. As urnas fariam pelo PT o que o ditador soviético Josef Stalin fez por si mesmo: apagar a história. É um embuste. A vantagem do presidente se deve à economia, à inépcia e inapetência das oposições, às políticas assistencialistas, tornadas uma eficiente máquina eleitoral, e à ignorância, agora a serviço do tal "outro mundo possível". O povo é, sim, um tipinho suspeito, mas não vota para livrar a cara dos marcolas da ideologia.
O voto do ignorante vale menos? Não. Mas também não vale mais. Nem muda a natureza das instituições. E não absolve ninguém, tarefa que continuará a ser da Justiça. A vacina contra o autoritarismo virótico de quem pretende cair nos braços do povo para ser absolvido de seus crimes está em Origens do Totalitarismo, da pensadora judia-alemã Hannah Arendt. Aprende-se ali que não devemos permitir que os inimigos da democracia cheguem ao poder, negando-nos, uma vez lá, em nome dos seus princípios, as liberdades que lhes facultamos em nome dos nossos.
A tese da absolvição serve ao propósito de pautar a imprensa com uma agenda virtuosa. O programa de governo do PT prevê, diga-se, o incentivo oficial à "mídia independente". Em lulês, significa financiar, com o dinheiro dos desdentados, a sabujice disfarçada de jornalismo. A prática já está em curso. Felizmente, a democracia é um regime legitimado pela maioria, mas sustentado pelas elites, de que a imprensa faz parte. As esquerdas se arrepiam diante dessa afirmação. Entendo.
A alternativa histórica às elites esclarecidas é o déspota esclarecido. Se, no passado, ele podia ser um homem, no presente, tem de ser um "partido", um ente de razão com poder de se sobrepor às leis, embora não dispense o demiurgo. Lula é o Tirano de Siracusa (aquele que Platão tentou converter à filosofia, coitado!) dos intelectuais petistas. A decana do delírio é a filósofa Marilena Chaui. No livro Simulacro e Poder: uma Análise da Mídia, ela afirma que o discurso da direita se sustenta no senso comum. À esquerda caberia desmontá-lo para criar uma "nova fala".
Marilena é a Tati Quebra-Barraco da academia. Seu funk filosófico apela à barbárie, mas tem o charme da resistência, a exemplo de certas canções de Chico – Lula é o "meu guri" que chegou lá. Ela ressuscita a tara do marxismo vagabundo de que o senso comum existe como falsa consciência, a ser superada pela iluminação de uma razão transformadora. Conclui-se que o povo, deixado à própria sorte, vai para a direita. Se educado pela militância, pode atravessar os umbrais da liberdade. Na China de Mao Tse-tung, 70 milhões morreram sob o efeito dessa luz.
Mas eu estou com ela. E com Shakespeare. Também acho que o povo não é de confiança. O bardo diz o que pensa no discurso de Marco Antônio diante do corpo de Júlio César, assassinado havia pouco. Leiam a peça ou vejam o filme dirigido por Joseph L. Mankiewicz – um judeu de origem alemã nascido nos EUA. Um minicoquetel de figuras retóricas transformou o tirano assassinado num herói, e o herói republicano, Brutus, num tirano. César era intuitivo, sentimental e tolerante com os de baixa estirpe; Brutus era tímido, racional e ensimesmado.
John Swope/Time Life Pictures/Getty Images |
Brando, como Marco Antônio, discursa diante do corpo de César, no filme de Mankiewicz: o mal está no pensamento |
Açulada pelos conspiradores, a massa primeiro tripudia diante do corpo inerme; chamada por Marco Antônio à sua natureza amorosa e primitiva, adora a memória do ditador. Afinal, "quando os pobres deixavam ouvir suas vozes lastimosas, César derramava lágrimas", discursa Marco Antônio. Ocorre-me que o rechonchudo Getúlio Vargas foi o nosso César shakespeariano, e o magricela Carlos Lacerda, o nosso Cássio, o chefe dos conspiradores. Antes de seu trágico fim, César havia dito a Marco Antônio: "Quero homens gordos em torno de mim, homens de cara lustrosa e que durmam durante a noite. Ali está Cássio com o aspecto magro e esfaimado. Pensa demais. Tais homens são perigosos". O mal está no pensamento.
Se eu, Marilena e Shakespeare não confiamos no povo, onde está a diferença? O dramaturgo o trata como o vulgo instável de sempre, e Marilena quer educá-lo segundo os rigores de uma razão supostamente iluminista; ele só passará a ser uma categoria relevante quando acordar de seu sono e aderir a uma utopia finalista. Trata-se de um embuste utópico em nome do qual se institui o presente eterno na política, que passa a ser um jogo sem regras previamente definidas justamente para que qualquer conveniência possa ser considerada uma regra do jogo.
Quando, para defender o PT, um ator diz que a política pressupõe enfiar a mão na sujeira ou um músico dá um pé no traseiro da ética, ambos estão pondo em termos muito práticos o que a intelligentsia petista urdiu como teoria de poder: a superação do senso comum (de direita?), segundo o qual não se deve roubar dinheiro público. A "nova fala" do barraco de Marilena acena então com a pior de todas as tiranias: aquela exercida pelos servos.
E o "meu" povo? Ele é a fonte legitimadora das instituições democráticas e, portanto, tem de ser protegido de si mesmo se atentar contra os códigos que guardam seus direitos – e isso inclui absolver ladrões. Esse é, aliás, o aparente paradoxo das sociedades modernas, em que vigora o estado de direito: a cultura da reclamação, da permanente mobilização, da constante reivindicação de direitos resulta em grupos de pressão que querem impor a sua agenda, ainda que o preço seja o fim da universalidade das leis. A esquerda, faceira, torna-se porta-voz desse novo humanismo de tribo. O paradoxo é aparente porque uma democracia não proíbe a existência de tais movimentos, mas também não cede. E seu limite é a lei, sem as "acomodações táticas" de Márcio Thomaz Bastos.
O tucano Geraldo Alckmin diz que o povo nunca erra. Está errado. Houvesse um modo mais seguro de governar, seria o caso de aposentar a democracia. Mas não há. Basta olhar para os números das pesquisas para constatar que, pela primeira vez desde a redemocratização, há um divórcio entre a escolha dos mais pobres e menos instruídos e a dos chamados "formadores de opinião". O neo-iluminismo petista se constrói tendo em uma das mãos a miséria tornada cativa da caridade oficial – os servos senhores de servos – e, na outra, a desinformação, a ignorância. Não chega a ser uma luta de classes. É só um arranca-rabo, mas é o bastante para alimentar as ilusões redentoras de quem usa a Ética do filósofo holandês Spinoza para justificar a ética de Delúbio Soares e Paulo Betti.
Ademais, só é esse o estado geral das artes porque, vá lá, se é verdade que o senso comum é "de direita", como quer Tati Marilena, a voz dominante do establishment, hoje, foi seqüestrada pela esquerda. Esta tem projeto de poder, produz valores e ideologia; os democratas, que "eles" chamam de "direita", acreditam que basta conquistar o comando, sem fazer a guerra cultural.
Noite de repulsa
Ernesto Caruso, 29/08/2007, noite de repulsa
O presidente Lula e o ministro da Defesa Nelson Jobim perderam totalmente o rumo da conciliação imposta pela Lei da Anistia, anistia que particularmente e principalmente perdoava os crimes praticados por muitos dos que estão nesse governo. Esses criminosos que assaltaram bancos, metralharam inocentes, explodiram aeroportos, seqüestraram embaixadores, mataram militares a coronhadas e tantas outras atrocidades, foram perdoados pela sociedade; sociedade defendida pelos militares e policiais que desempenhavam as suas funções, estavam a serviço do estado e não deixaram que no Brasil se implantasse uma zona liberada, como ainda hoje, existe no país vizinho, a Colômbia. As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia têm nos seus quadros os mesmos alunos colegas dos que no Brasil foram vencidos, não fuzilados, julgados, condenados e perdoados.
Agora em deslavada, covarde, falsa e arrogante vindita realizam uma cerimônia carregada de rancor, truculência não vista quando esses desgraçados foram salvos das entranhas da criminalidade, retirados do descaminho onde se encontravam e hoje estariam entrelaçados ao narcotráfico, como meio de sobrevivência a todo o custo, embrenhados nas selvas amazônicas. Se arrependimento matasse, por certo teriam agido, os defensores da democracia, do mesmo modo como os assassinos comunistas.
Deslavada porque não teve a cor da seriedade, da hombridade, nem o olhar, gestos e comportamentos éticos, da altivez do vencedor que lá não estava presente; perderam nas armas e nos propósitos. O presidente não revelou uma postura magnânima. Uma visão turva, perdida, sem convicção, cabisbaixa.
Covarde e falsa. Ao mesmo tempo que agride, diz que é página virada, ou como foi dito pelo ex-Cmt do Exército, Gen Albuquerque, em palestra no Clube Militar, se referindo à convocação do presidente, externando palavras de esquecimento do passado em busca de uma reconciliação, que na realidade nunca houve.
Arrogante, particularmente pelas palavras do ministro da Defesa, que repete a agressividade com que se manifesta publicamente, diferentemente quando é recebido com a consideração que não faz força por merecer nos eventos de cunho militar. Um sorriso não confiável. Foi longe demais, quero crer, mesmo para os que no início o viam com a esperança que fosse um defensor das Forças Armadas no governo, que é de todos como diz na farta e cara propaganda. Um país não pode ter um governo que espezinhe o seu sistema de defesa externa, como vem fazendo o governo Lula.
Ora, nessa cerimônia que tem também o objetivo de abafar os sucessivos escândalos, o relaxa e goza, o top top, a decisão do STF acolhendo o processo dos próceres do PT e do governo, como o ex-ministro José Dirceu, protegido várias vezes pelo atual ministro da Defesa, quando se encontrava na elevada Corte da Justiça, vocifera que nenhum militar vai reagir e SE REAGIR, VAI TER A RESPOSTA!!! Ameaça maior não pode existir.
E não é uma ameaça isolada, quando o presidente dias atrás diz que não desestabilizem a democracia, pois que ninguém mais do que ele detém o poder de colocar gente na rua.
O governo rompeu com a anistia e ameaça os militares de colocá-los de joelhos.
Só com muita covardia dos seus pares isso ocorrerá e não foi assim que aprendemos a defender a Pátria.
O governo que aí está solapa a cada dia as instituições consagradas e assim representa o grande perigo para a estabilidade interna, os princípios democráticos e a permanência do Brasil em patamar elevado no concerto das Nações.
Urna não é tribunal, ministro Dulci
Urna não é tribunal, ministro Dulci "O governo já foi julgado nas urnas democraticamente e recebeu uma aprovação consagradora do povo brasileiro. Esse é o julgamento. Na democracia, quem julga politicamente não são as pessoas, ainda que as opiniões sejam todas respeitadas. Quem julga na democracia é o povo soberano, e o povo soberano reelegeu consagradoramente o presidente Lula". A fala é do ministro Luiz Dulci, secretário-geral da Presidência da República e um dos formuladores do PT com ambições intelectuais. De fato, do atual núcleo de poder do partido, ele é o que tem mais leitura, o que não quer dizer que compreenda a democracia mais do que os outros. A rigor, as luzes para um intelectual de esquerda são um risco: costumam encontrar argumentos novos contra o regime de liberdades em nome da construção do “novo homem”. A fala acima é típica da delinqüência teórica que toma conta do Brasil. Pode justificar o governo Lula. Pode justificar o nazismo. Pode justificar tanto o fascismo islâmico de Muhammad Ahmadinejad como a ditadura “socialista” de Hugo Chávez. Dulci, enfim, explica qualquer coisa com essa bobagem. Só não explica a democracia. Mais: ele está afrontando também o Judiciário. Porque, no estado de direito, quem julga é a Justiça, meu senhor. No dia em que o povo “julgar”, estaremos vivendo num regime totalitário, numa ditadura — de esquerda ou de direita, tanto faz. Aí o bobinho vai dizer: “Mas ele falou em ‘julgar politicamente’”. E daí? Piorou. O criminoso alcançado pela mão da Justiça não pode ser absolvido pela política. E, mesmo reeleito, se Lula cometer crime de responsabilidade — outro; ao menos um, eu acho que ele já cometeu —, tem de ser defenestrado. Atenção, sr. Dulci: tem de ser defenestrado ainda que o povo não queira. E, se não quiser, então é preciso dar um jeito no povo também. É claro que falo um tanto pra chocar os idiotas. O que precisamos compreender é que o “povo soberano” fez a Constituição que aí está. E nem ele próprio pode solapá-la, a menos que faça revolução, rasgue a ordem instituída e imponha outra no lugar. Aí cessa tudo o que cantava a antiga musa. Enquanto não o fizer, não há eleição, meu senhor, que coloque o mandatário acima das leis. Para lembrar o ministro Celso Mello, “ninguém está acima delas”. Ainda que pareça uma obviedade, foi coisa oportuna porque os petistas acreditam que o tal “povo” lhes concede licenças especiais. Às vezes nos orgulhamos de alguns textos. Um dos que me deixam muito satisfeito é aquele com que estreei na VEJA, há rigorosamente um ano. Leiam o primeiro parágrafo. Parece ter sido escrito olhando para o bigodinho de Dulci: “Um novo refrão anda ‘nas cabeças, anda nas bocas’, poderia dizer o lulista Chico Buarque: a possível reeleição do presidente absolve os petistas de todos os seus crimes. As urnas fariam pelo PT o que o ditador soviético Josef Stálin fez por si mesmo: apagar a história. É um embuste. A vantagem do presidente se deve à economia, à inépcia e inapetência das oposições, às políticas assistencialistas, tornadas uma eficiente máquina eleitoral, e à ignorância, agora a serviço do tal ‘outro mundo possível’. O povo é, sim, um tipinho suspeito, mas não vota para livrar a cara dos marcolas da ideologia.” Ainda naquele artigo, escrevi: “O tucano Geraldo Alckmin diz que o povo nunca erra. Está errado. Houvesse um modo mais seguro de governar, seria o caso de aposentar a democracia. Mas não há. Basta olhar para os números das pesquisas para constatar que, pela primeira vez desde a redemocratização, há um divórcio entre a escolha dos mais pobres e menos instruídos e a dos chamados "formadores de opinião". O neo-iluminismo petista se constrói tendo em uma das mãos a miséria tornada cativa da caridade oficial – os servos senhores de servos – e, na outra, a desinformação, a ignorância. Não chega a ser uma luta de classes. É só um arranca-rabo, mas é o bastante para alimentar as ilusões redentoras de quem usa a Ética do filósofo holandês Spinoza para justificar a ética de Delúbio Soares e Paulo Betti.”. Para ler o artigo na íntegra, clique aqui (link aberto). É isso aí. O “povo” de Dulci não dá ao PT o direito de esbulhar as leis. E que se note: a sua formulação não é fruto de uma infelicidade, mas de um cálculo político. Em termos um pouco menos explícitos, Lula disse a mesma coisa, lembrando que a oposição tentou derrubá-lo — é mentira. Ao fazer tal associação, parecia atribuir o julgamento do Supremo a uma ação de adversários, o que é de um ridículo sem par. |
Por Reinaldo Azevedo | 04:46 | comentários (27) |
A Corte Nabanesca do Presidente Lula
Gabinete Pessoal do Presidente da República?
Subject: A Corte Nabanesca do Presidente Lula
03 cargos de DAS 6 com salário de 10.448 reais por mês cada
no Gabinete Pessoal do Presidente LULA.
FANIE OFUGI RODRIGUES MIRANDA, para exercer o cargo de
Diretor de Gestão Interna do Gabinete-Adjunto de Gestão e Atendimento,
do Gabinete Pessoal do Presidente da República, código
DAS 101.5, ficando exonerada do que atualmente ocupa.
Nº 893 - N O M E A R
JOSÉ HENRIQUE OLIVEIRA DE SOUZA, para exercer o cargo de
Assessor Especial no Gabinete-Adjunto de Gestão e Atendimento, do
Gabinete Pessoal do Presidente da República, código DAS 102.5,
ficando exonerado do que atualmente ocupa.
Nº 894 - N O M E A R
ROGÉRIO AURÉLIO PIMENTEL, para exercer o cargo de Assessor
Especial no Gabinete-Adjunto de Gestão e Atendimento, do Gabinete
Pessoal do Presidente da República, código DAS 102.5, ficando exonerado
do que atualmente ocupa.
Nº 895 - N O M E A R
BISMARCK DE MOURA ALCÂNTARA, para exercer o cargo de
Assessor Especial no Gabinete-Adjunto de Gestão e Atendimento, do
Gabinete Pessoal do Presidente da República, código DAS 102.5,
ficando exonerado do que atualmente ocupa.
Nº 896 - N O M E A R
JULIO CEZAR BERSOT GONÇALVES, para exercer o cargo de
Assessor Especial no Gabinete-Adjunto de Gestão e Atendimento, do
Gabinete Pessoal do Presidente da República, código DAS 102.5,
ficando exonerado do que atualmente ocupa.
Nº 897 - N O M E A R
RICARDO DE ALMEIDA COLLAR, para exercer o cargo de Assessor
Especial no Gabinete-Adjunto de Gestão e Atendimento, do
Gabinete Pessoal do Presidente da República, código DAS 102.5,
ficando exonerado do que atualmente ocupa.
Nº 898 - N O M E A R
SWEDENBERGER DO NASCIMENTO BARBOSA, para exercer o
cargo de Chefe de Gabinete-Adjunto de Gestão e Atendimento, do
Gabinete Pessoal do Presidente da República, código DAS 101.6,
ficando exonerado do que atualmente ocupa.
RONALDO LUIZ CABRAL, para exercer o cargo de Assessor Especial
no Gabinete-Adjunto de Informações em Apoio à Decisão, do
Gabinete Pessoal do Presidente da República, código DAS 102.5,
ficando exonerado do que atualmente ocupa.
Nº 900 - N O M E A R
MAYA TAKAGI, para exercer o cargo de Assessor Especial no Gabinete-
Adjunto de Informações em Apoio à Decisão, do Gabinete
Pessoal do Presidente da República, código DAS 102.5, ficando exonerada
do que atualmente ocupa.
Nº 901 - N O M E A R
ALBERTO NOBRE MENDES, para exercer o cargo de Assessor
Especial no Gabinete-Adjunto de Informações em Apoio à Decisão,
do Gabinete Pessoal do Presidente da República, código DAS 102.5,
ficando exonerado do que atualmente ocupa.
Nº 902 - N O M E A R
MARISETE APARECIDA BEU RIBEIRO, para exercer o cargo de
Assessor Especial no Gabinete-Adjunto de Agenda do Gabinete Pessoal
do Presidente da República, código DAS 102.5, ficando exonerada
do que atualmente ocupa.
Nº 903 - N O M E A R
CLARA LEVIN ANT, para exercer o cargo de Chefe de Gabinete-
Adjunto de Informações em Apoio à Decisão, do Gabinete Pessoal do
Presidente da República, código DAS 101.6, ficando exonerada do
que atualmente ocupa.
Nº 904 - N O M E A R
NELSON AKIO FUJIMOTO, para exercer o cargo de Assessor Especial
no Gabinete-Adjunto de Agenda do Gabinete Pessoal do Presidente
da República, código DAS 102.5.
Nº 905 - N O M E A R
LEONILSE FRACASSO GUIMARÃES, para exercer o cargo de
Assessor Especial no Gabinete-Adjunto de Agenda do Gabinete Pessoal
do Presidente da República, código DAS 102.5, ficando exonerada
do que atualmente ocupa.
Nº 906 - N O M E A R
CEZAR SANTOS ALVAREZ, para exercer o cargo de Chefe de Gabinete-
Adjunto de Agenda, do Gabinete Pessoal do Presidente da República,
código DAS 101.6, ficando exonerado do que atualmente ocupa.
Nº 907 - N O M E A R
SANDRA PROCÓPIO DA SILVA, para exercer o cargo de Assessor
Especial no Gabinete Pessoal do Presidente da República, código
DAS 102.5, ficando exonerada do que atualmente ocupa.
Nº 908 - N O M E A R
WILLIAN SILVA BONFIM, para exercer o cargo de Assessor Especial
no Gabinete Pessoal do Presidente da República, código DAS
102.5, ficando exonerado do que atualmente ocupa.
Nº 909 - N O M E A R
VERA LÚCIA LOUREDO BARRETO, para exercer o cargo de Assessor
Especial no Gabinete Pessoal do Presidente da República,
código DAS 102.5, ficando exonerada do que atualmente ocupa.
Nº 910 - N O M E A R
MEIRY ANDRÉA BORGES DAVID, para exercer o cargo de Assessor
Especial no Gabinete Pessoal do Presidente da República,
código DAS 102.5, ficando exonerada do que atualmente ocupa.
Nº 911 - N O M E A R
JÚLIO HECTOR MARÍN MARÍN, para exercer o cargo de Assessor
Especial no Gabinete Pessoal do Presidente da República, código
DAS 102.5, ficando exonerado do que atualmente ocupa.
Nº 912 - N O M E A R
Especial no Gabinete Pessoal do Presidente da República, código
DAS 102.5, ficando exonerado do que atualmente ocupa.
Os réus que faltaram
CLÓVIS ROSSI
Os réus que faltaram
Se um funcionário nomeado por Lula, o procurador-geral da República, diz que há provas para processar a "organização criminosa"; se o Supremo Tribunal Federal, com maioria de juízes nomeada por Lula, diz que há indícios de peculato, corrupção ativa e formação de quadrilha, é escandalosamente óbvio que a única conspiração havida contra o governo Lula e o PT foi a conspiração dos fatos.
Falta também, no banco dos réus, a instituição PT. Aos fatos, preferiu aderir aos gritos debilóides de "conspiração/conspiração". Por isso, só puniu um dos réus de hoje, Delúbio Soares, como se fosse possível a uma só pessoa armar tanta "corrupção ativa".
Um partido que tem dois de seus presidentes (José Dirceu e José Genoino) e um punhado de quadros relevantes no banco dos réus estaria obrigado, se fosse sério, a dar explicações ao público. O PT vai continuar refugiado no silêncio covarde?
Ou vai dizer que todos os ministros do STF fazem parte da tal conspiração que não houve? Ou vai simplesmente relaxar, gozar e incorporar a frase à estrela vermelha como seu novo dístico?
Pela mesmíssima lógica antes exposta, faltam também, no banco dos réus, todos os parlamentares que votaram pela absolvição dos mensaleiros.
Sei que ser réu não significa necessariamente ser culpado do ponto de vista penal. Mas, do ponto de vista ético, todos já estão condenados com sentença transitada em julgado. Uns por confessarem caixa dois, que é crime. Outros denunciados pelo próprio presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, ao pedir perdão ao público.
Carta aberta para Renato Aragão, o Didi.
Carta aberta para Renato Aragão, o Didi.Quinta, 23 de agosto de 2007.
Querido Didi,
Há alguns meses você vem me escrevendo pedindo uma doação mensal para enfrentar alguns problemas que comprometem o presente e o futuro de muitas crianças brasileiras. Eu não respondi aos seus apelos (apesar de ter gostado do lápis e das etiquetas com meu nome para colar nas correspondências).
Achei que as cartas não deveriam sem endereçadas à mim. Agora, novamente, você me escreve preocupado por eu não ter atendido as suas solicitações. Diante de sua insistência, me senti na obrigação de parar tudo e te escrever uma resposta.
Não foi por "algum" motivo que não fiz a doação em dinheiro solicitada por você. São vários os motivos que me levam a não participar de sua campanha altruísta (se eu quisesse poderia escrever umas dez páginas sobre
esses motivos). Você diz, em sua última carta, que enquanto eu a estivesse lendo, uma criança estaria perdendo a chance de se desenvolver e aprender pela falta de investimentos em sua formação.
Didi, não tente me fazer sentir culpada. Essa jogada publicitária eu conheço muito bem. Esse tipo de texto apelativo pode funcionar com muitas pessoas mas, comigo não. Eu não sou ministra da educação, não ordeno as despesas das escolas e nem posso obrigar o filho do vizinho a freqüentar as salas de aula. A minha parte eu já venho fazendo desde os 11 anos quando comecei a trabalhar na roça para ajudar meus pais no sustento da família. Trabalhei muito e, te garanto, trabalho não mata ninguém. Estudei na escola da zona rural, fiz supletivo, estudei à distância e muito antes de ser jornalista e publicitária eu já era uma micro empresária.
Didi, talvez você não tenha noção do quanto o Governo Federal tira do nosso suor para manter a saúde, a educação, a segurança e tudo o mais que o povo brasileiro precisa. Os impostos são muito altos! Sem falar dos impostos embutidos em cada alimento, em cada produto que preciso comprar para minha família.
Eu já pago pela educação duas vezes: pago pela educação na escola pública, através dos impostos, e na escola particular, mensalmente, porque a escola pública não atende com o ensino de qualidade que, acredito, meus dois filhos merecem. Não acho louvável recorrer à sociedade para resolver um problema que nem deveria existir pelo volume de dinheiro arrecadado em nome da educação e de tantos outros problemas sociais. O que está acontecendo, meu caro Didi, é que os administradores, dessa dinheirama toda, não tem a educação como prioridade. O dinheiro está saindo pelo ralo, estão jogando fora, ou aplicando muito mal. Para você ter uma idéia, na minha cidade, cada alimentação de um presidiário custa para os cofres públicos R$ 3,82 (três reais e oitenta e dois centavos) enquanto que a merenda de uma criança na escola pública custa R$ 0,20 (vinte centavos)!O governo precisa rever suas prioridades, você não concorda?
Você diz em sua carta que não dá para aceitar que um brasileiro se torne adulto sem compreender um texto simples ou conseguir fazer uma conta de matemática. Concordo com você. É por isso que sua carta não deveria ser endereçada à minha pessoa. Deveria se endereçada ao Presidente da República. Ele é "o cara". Ele tem a chave do cofre. Eu e mais milhares de pessoas só colocamos o dinheiro lá para que ele faça o que for necessário para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
No último parágrafo da sua carta, mais uma vez, você joga a responsabilidade para cima de mim dizendo que as crianças precisam da "minha" doação, que a "minha" doação faz toda a diferença. Lamento discordar de você Didi. Com o valor da doação mínima, de R$ 15,00, eu posso comprar 12 quilos de arroz para alimentar minha família por um mês ou posso comprar pão para o café da manhã por 10 dias.
Didi, você pode até me chamar de muquirana, não me importo, mas R$ 15,00 eu não vou doar. Minha doação mensal já é muito grande. Se você não sabe, eu faço doações mensais de 27,5% de tudo o que ganho e posso te garantir que essa grana, se ficasse comigo, seria muito melhor aplicada na qualidade de vida da minha família.
Você sabia que para pagar os impostos eu tenho que dizer não para quase tudo que meus filhos querem ou precisam? Meu filho de 12 anos quer praticar tênis e eu não posso pagar as aulas que são caras demais para nosso padrão de vida. Você acha isso justo? Acredito que não. Você é um homem de bom senso e saberá entender os meus motivos para não colaborar com sua campanha pela educação brasileira.
Outra coisa Didi, mande uma carta para o Presidente pedindo para ele selecionar melhor os professores. Só escolher quem de fato tem vocação para o ensino. Melhorar os salários, desses profissionais, também funciona para que eles tomem gosto pela profissão e vistam, de fato, a camisa da educação. Peça para ele, também, fazer escolas de horário integral, escolas em que as crianças possam além de ler, escrever e fazer contas, possam desenvolver dons artísticos, esportivos e habilidades profissionais. Dinheiro para isso tem sim! Diga para ele priorizar a educação e utilizar melhor os recursos.
Bem, você assina suas cartas com o pomposo título de Embaixador Especial do Unicef para Crianças Brasileiras e eu vou me despedindo assinando...
Eliane Sinhasique - Mantenedora Principal dos Dois Filhos que Pari
P.S.: Não me mande outra carta pedindo dinheiro. Se você mandar, serei obrigada a ser mal educada: vou rasgá-la antes de abrir.
29.8.07
Brasil "vende a Amazônia" sob a capa de projetos de desenvolvimento (matéria do The Independent, um dos mais importantes jornais ingl
SOPHIE MORRIS
do Independent, em Santarém
O governo brasileiro foi acusado de vender grandes porções da floresta
tropical amazônica --entre as quais o mais velho parque nacional de
preservação ecológica-- a empresas madeireiras inescrupulosas, sob o
disfarce de um plano ineficiente de desenvolvimento sustentável.
Luiz Inácio Lula da Silva chegou à presidência em 2003 com a promessa de
assentar 400 mil famílias de sem terras em seu mandato de quatro anos, uma
meta pouco realista que ele é acusado de só ter conseguido realizar por
meio de acordos de último minuto antes de sua reeleição, no ano passado.
Uma investigação de oito meses sobre a trapaça de terras, conduzida pelo
Greenpeace, revelou que a agência brasileira de reforma agrária, Incra,
estabeleceu grandes assentamentos em áreas florestais, em lugar de
posicioná-los em áreas já desmatadas, e os povoou com famílias urbanas que
imediatamente venderam os direitos de exploração madeireira às grandes
empresas do setor.
"Em lugar de ajudar, os esforços oficiais estão na verdade criando
mecanismos que garantem às madeireiras um suprimento de matéria-prima.
Isso abre as portas a destruição ainda maior da floresta e a alterações
climáticas mais intensas", disse André Muggiati, do Greenpeace.
Em 2006, o Incra criou 97 "projetos de desenvolvimento sustentável" (PDS)
em Santarém, na região oeste do Pará, um dos Estados da Amazônia, em áreas
de floresta primária muito procuradas pelas madeireiras. Os assentamentos
ocupam uma área de 2,2 milhões de hectares, e 33,7 mil famílias foram
designadas para ocupá-los.
"Todos esses assentamentos foram criados nos três últimos meses do ano
passado", diz um funcionário do Incra. "Era o final do primeiro mandato de
Lula, de modo que ele tinha de realizar as metas. Foram os políticos que
se beneficiaram do sistema PDS".
Em outubro de 2006, Lula conseguiu a reeleição.
Além dos políticos, o esquema beneficia os colonos, que recebem terras e
vendem os direitos de exploração florestal a grandes madeireiras, as quais
ganham acesso a recursos preciosos, e o Incra, que estás perto de atingir
as metas estipuladas pelo governo.
Ainda na semana passada o governo brasileiro estava se vangloriando de uma
queda no nível de desflorestamento pelo terceiro ano consecutivo, mas
agora abriu as portas a desflorestamento ainda mais intenso, com as
conseqüências adversas que isso acarreta sobre as alterações no clima
mundial. O Brasil é o quarto maior emissor mundial dos gases responsáveis
pelo efeito-estufa. Uma grande proporção das emissões deriva do
desflorestamento da Amazônia, e 15,5% do desflorestamento total é gerado
pela criação de assentamentos.
O Incra está criando assentamentos com tamanha rapidez que não consegue
fornecer a infra-estrutura necessária aos colonos. Por isso, a agência
improvisa encorajando as associações de moradores a fecharem acordos com
madeireiras, que constroem estradas e saneamento em troca dos direitos de
exploração florestal nessas áreas.
O conceito do PDS foi concebido em 1999 por Raimundo Lima, diretor do
Incra, como forma de sustentar as famílias que seguem um modo de vida
tradicional, de forma a permitir que vivessem da terra. Cada família
deveria receber alojamento e um certo montante de crédito financeiro que
lhes desse a oportunidade de começar a plantar; elas teriam permissão de
cultivar 20% das terras que lhes seriam destinadas, e explorar a madeira
dos 80% restantes, de acordo com um plano rígido de gestão de recursos
florestais. Agora, esses planos são ditados pelas madeireiras, o que
significa que elas podem violar as normas de desenvolvimento sustentável e
pagar valor bem inferior ao de mercado pela madeira extraída.
Felipe Fritz Braga, procurador da Justiça Federal brasileira em Santarém,
diz que a forma original do PDS como assentamento para famílias que
seguiam o modo de vida tradicional da região foi abandonado, e que as
madeireiras bancaram as eleições do ano passado para salvaguardar o
programa.
"Dez anos atrás, foram criados diversos PDS que deveriam servir a
preservar comunidades tradicionais. Com o passar do tempo, eles sofreram
uma metamorfose jurídica e agora estão sendo usados na Amazônia a fim de
assentar pessoas que não formam comunidades tradicionais", explica Braga.
"A fonte de verbas de campanha para o governo, nas eleições, foram as
madeireiras". No escritório do Incra em Santarém, que quadruplicou de
tamanho em 2005, antecipando a atual onda colonizatória, os funcionários
estão insatisfeitos com os métodos que foram encorajados a seguir a fim de
obter aprovação a tantos assentamos em prazo tão curto. Dois informantes
anônimos alegam que foram forçados a falsificar as datas de importantes
documentos, que viram em computadores da instituição mapas que um
funcionário do Incra desenhou para um grileiro de terras e que a pesquisa
para a criação de um PDS foi realizada com o uso do avião de um próspero
empresário madeireiro.
Eles também alegam que 11 assentamentos foram criados no Parque Nacional
da Amazônia, onde não há quaisquer famílias assentadas, a pedido de um
poderoso fazendeiro, e estão preocupados com a possibilidade de que a
situação em torno de Santarém sirva como indicação de maior devastação na
Amazônia. "Acreditamos que o que está acontecendo seja um teste de
laboratório e que o modelo venha a ser reproduzido posteriormente no
restante da Amazônia", afirmaram. O Incra não discute oficialmente um
assentamento chamado Renascer, criado no território disputado entre duas
madeireiras, a Alecrim e a José Pires. O assentamento deveria abrigar 200
famílias, mas em lugar disso os direitos sobre a terra estão sendo
disputados pelos presidentes de duas associações rivais de moradores, cada
uma das quais apoiada por uma madeireira. Comandar esse tipo de associação
é uma atividade em crescimento entre os empresários locais. Sancler
Oliveira está negociando os direitos de exploração florestal em nome do
seu quinto grupo de famílias.
Um assentamento chamado Santa Clara foi criado em outra área já controlada
por madeireiras. Francisco das Chagas Dias recebeu terras no local em
companhia de 26 outras famílias de colonos depois que foram ordenados pelo
Incra a sair de outro assentamento por se recusaram a acatar as ordens da
madeireira que dirigia a área. Eles recusaram a transferência para Santa
Clara, e estão de novo à espera de assentamento em alguma outra região.
Em Igarapé do Anta, o PDS modelo do Incra, a maioria dos residentes deixou
suas casas novas para trás e encontrou empregos na cidade. "Eles as usam
como casas de fim de semana", disse Antonio Rodriguez dos Santos,
ex-presidente da associação de moradores de Igarapé do Anta.
A irmã Dorothy Stang, uma veemente militante ecológica, foi assassinada em
2005 quando estava defendendo dois desses assentamentos, em Anapu, Pará,
uma região notória por sua falta de supervisão governamental. Devido ao
apoio da irmã Dorothy, o conceito dos PDS se tornou, indevidamente,
sinônimo de boas práticas ambientais.
A Amazônia há muito está sob ameaça de grandes empresas; as madeireiras
desbastam a floresta densa antes que os fazendeiros se instalem nas terras
para criar gado, criar imensas plantações de sojas, e exaurir o solo.
Passada quase uma década de sua concepção institucional, o sistema PDS se
transformou em um catalisador que permite à indústria madeireira abocanhar
parcela ainda maior dos recursos naturais da Amazônia.
Tradução: Paulo Migliacci
Taxa de Telefonia Fixa
Faça valer o seu direito .
CANCELAMENTO DE TAXA DE TELEFONIA
(R$ 40,37) RESIDENCIAL (R$ 56,08) COMERCIAL
Quando se trata do interesse da população, nada é divulgado.
Ligue 0800-619619, não digite nada, espere falar com um atendente, diga que é pra apoiar a favor do cancelamento da taxa de telefone fixo.
O projeto de LEI é o nº 5476.
Eles não sabem até quando vai a votação.
INTERESSE DE TODOS - Cancelar a taxa de telefone fixo. Esse tipo de assunto NÃO é veiculado na TV, ou no rádio, porque eles não tem interesse e não estão nem preocupaodos com isso.
Então nós é que temos de correr atrás, afinal quem paga somos nós!!!
O telefone a ser discado é o 0800-619619 (de 8:00 ás 20:00hs) é da Câmara dos Deputados.
Ligue para mudar esta situação, passe para a frente esta mensagem, para o maior número possível.
Não pague mais assinatura no telefone fixo, será uma economia muito grande no final do ano.
LIGUE, VAMOS DILVULGAR... 0800-619619
Entrando em vigor esta lei, você só pagará pelas ligações efetuadas, acabando com esse roubo que é a assinatura mensal. Este projeto está tramitando na 'COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR', na câmara.
Quanto mais pessoas ligarem, maior a chance!
O BRASIL AGRADECE!!!