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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

30.8.07

Urna não é tribunal, ministro Dulci

Urna não é tribunal, ministro Dulci
"O governo já foi julgado nas urnas democraticamente e recebeu uma aprovação consagradora do povo brasileiro. Esse é o julgamento. Na democracia, quem julga politicamente não são as pessoas, ainda que as opiniões sejam todas respeitadas. Quem julga na democracia é o povo soberano, e o povo soberano reelegeu consagradoramente o presidente Lula".

A fala é do ministro Luiz Dulci, secretário-geral da Presidência da República e um dos formuladores do PT com ambições intelectuais. De fato, do atual núcleo de poder do partido, ele é o que tem mais leitura, o que não quer dizer que compreenda a democracia mais do que os outros. A rigor, as luzes para um intelectual de esquerda são um risco: costumam encontrar argumentos novos contra o regime de liberdades em nome da construção do “novo homem”.

A fala acima é típica da delinqüência teórica que toma conta do Brasil. Pode justificar o governo Lula. Pode justificar o nazismo. Pode justificar tanto o fascismo islâmico de Muhammad Ahmadinejad como a ditadura “socialista” de Hugo Chávez. Dulci, enfim, explica qualquer coisa com essa bobagem. Só não explica a democracia. Mais: ele está afrontando também o Judiciário. Porque, no estado de direito, quem julga é a Justiça, meu senhor. No dia em que o povo “julgar”, estaremos vivendo num regime totalitário, numa ditadura — de esquerda ou de direita, tanto faz.

Aí o bobinho vai dizer: “Mas ele falou em ‘julgar politicamente’”. E daí? Piorou. O criminoso alcançado pela mão da Justiça não pode ser absolvido pela política. E, mesmo reeleito, se Lula cometer crime de responsabilidade — outro; ao menos um, eu acho que ele já cometeu —, tem de ser defenestrado. Atenção, sr. Dulci: tem de ser defenestrado ainda que o povo não queira. E, se não quiser, então é preciso dar um jeito no povo também. É claro que falo um tanto pra chocar os idiotas.

O que precisamos compreender é que o “povo soberano” fez a Constituição que aí está. E nem ele próprio pode solapá-la, a menos que faça revolução, rasgue a ordem instituída e imponha outra no lugar. Aí cessa tudo o que cantava a antiga musa. Enquanto não o fizer, não há eleição, meu senhor, que coloque o mandatário acima das leis. Para lembrar o ministro Celso Mello, “ninguém está acima delas”. Ainda que pareça uma obviedade, foi coisa oportuna porque os petistas acreditam que o tal “povo” lhes concede licenças especiais.

Às vezes nos orgulhamos de alguns textos. Um dos que me deixam muito satisfeito é aquele com que estreei na VEJA, há rigorosamente um ano. Leiam o primeiro parágrafo. Parece ter sido escrito olhando para o bigodinho de Dulci: “Um novo refrão anda ‘nas cabeças, anda nas bocas’, poderia dizer o lulista Chico Buarque: a possível reeleição do presidente absolve os petistas de todos os seus crimes. As urnas fariam pelo PT o que o ditador soviético Josef Stálin fez por si mesmo: apagar a história. É um embuste. A vantagem do presidente se deve à economia, à inépcia e inapetência das oposições, às políticas assistencialistas, tornadas uma eficiente máquina eleitoral, e à ignorância, agora a serviço do tal ‘outro mundo possível’. O povo é, sim, um tipinho suspeito, mas não vota para livrar a cara dos marcolas da ideologia.”

Ainda naquele artigo, escrevi: “O tucano Geraldo Alckmin diz que o povo nunca erra. Está errado. Houvesse um modo mais seguro de governar, seria o caso de aposentar a democracia. Mas não há. Basta olhar para os números das pesquisas para constatar que, pela primeira vez desde a redemocratização, há um divórcio entre a escolha dos mais pobres e menos instruídos e a dos chamados "formadores de opinião". O neo-iluminismo petista se constrói tendo em uma das mãos a miséria tornada cativa da caridade oficial – os servos senhores de servos – e, na outra, a desinformação, a ignorância. Não chega a ser uma luta de classes. É só um arranca-rabo, mas é o bastante para alimentar as ilusões redentoras de quem usa a Ética do filósofo holandês Spinoza para justificar a ética de Delúbio Soares e Paulo Betti.”. Para ler o artigo na íntegra, clique aqui (link aberto).

É isso aí. O “povo” de Dulci não dá ao PT o direito de esbulhar as leis. E que se note: a sua formulação não é fruto de uma infelicidade, mas de um cálculo político. Em termos um pouco menos explícitos, Lula disse a mesma coisa, lembrando que a oposição tentou derrubá-lo — é mentira. Ao fazer tal associação, parecia atribuir o julgamento do Supremo a uma ação de adversários, o que é de um ridículo sem par.
Por Reinaldo Azevedo | 04:46 | comentários (27)


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